quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Aconteceu na UNEB

OFICINA -  "Canudos: A revolta de uma sociedade igualitária no sertão da Bahia"


Foto tirada por Adilza Braz
Aconteceu entre os dias 5 e 9 de dezembro de 2011, na Universidade do Estado da Bahia – UNEB, campus V, uma oficina intitulada "Canudos: A revolta de uma sociedade igualitária no sertão da Bahia" e foi organizada pelos estudantes de História do VIII semestre Iuri Brito e Wallace Moura.
             A oficina foi destinada a toda comunidade acadêmica, mas foi mais efetiva a participação dos cursos de Letras, História, Geografia do campus, além de alunos do programa “Universidade Para Todos”, do Governo da Bahia.
Ocorreram nessa oficina, mini-palestras, debates, exibição de filmes, dinâmicas, júri-simulado, possibilitando dessa forma interativa, reflexões acerca da Guerra de Canudos (1896 e 1897). Entre as dinâmicas propostas pelos organizadores Iuri e Wallace, houve uma em que a finalidade era fazer-nos perceber sobre a diferença que existem entre todos nós. Podemos utilizar o mesmo método para conseguir as coisas, mas não iremos atingir exatamente o mesmo, pela forma diversa que cada um de nós tem. A dinâmica era desenhar um rosto sem tirar a caneta do papel. Ao final, notamos que ninguém desenhou de forma igual. Além disso, durante as palestras, foi explicada a importância de este tema ser levado à sala de aula e ser foco de debates.
O cenário era a Bahia do século XIX, e a figura marcante desse movimento é Antônio Conselheiro o qual, fundamentado na religião acreditando ser um emissário de Deus, se opunha a república. A guerra de Canudos deu-se em virtude da situação precária em que vivia a população sem terra, obrigada a se submeter aos coronéis. As terras pertenciam a eles, grandes proprietários rurais, que as transformavam em territórios improdutivos. Esse fato ocorreu no Arraial de Belo Monte, onde as pessoas que seguiam o Conselheiro almejavam viver com mais dignidade e respeito. Após tanta luta Antônio Conselheiro morre por causas desconhecidas. Portanto, é nesse ponto que os palestrantes fazem a comparação com os dias atuais, quando nos lembramos de movimentos como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) – movimento que surgiu em 1984 com a tentativa de discutir e mobilizar a população em torno da concretização da Reforma Agrária.
A partir desses fatos expostos, surgem-nos os questionamentos que nos fazem refletir. Até quando isso continuará? Será que ainda é possível sonhar com uma sociedade justa? Essa oficina foi marcada pela grande preocupação com a reflexão dos participantes, pois "as pessoas devem fazer um "link" dos conteúdos de história com a realidade do aluno", assim foi a fala de um dos palestrantes.
Sendo assim, fica evidente que esta oficina foi gratificante, tanto para os palestrantes como para os participantes, pois quem não conhecia a história de canudos passou a conhecer, e quem já conhecia teve a oportunidade de se aprofundar num fato importante para a história do nordeste brasileiro nos fazendo lembrar questões tão atuais na nossa sociedade.


Entrevista feita a Iuri Brito e Wallace Moura os preletores da oficina


Vernáculas na Rede - Qual o principal objetivo dessa oficina?
Preletores - Refletir sobre os conflitos que ocorreram em Canudos e que "refletem" até hoje. Um exemplo é a resistência agrária.

VR - Por que trabalhar com Canudos?
Preletores - Além de ser um assunto que cai nos vestibular (muitos pré-vestibulando estavam participando da oficina), é um assunto que poucos conhecem e se trata de um fato que ocorreu no nordeste baiano. Reafirmam os entrevistados que Canudos foi uma resistência que pode fazer uma relação com o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).  

VR - Qual a relevância dessa oficina? 
Preletores - A importância para eles é poder compartilhar uma visão sobre o conhecimento do assunto. Refletir sobre as questões sociais e sempre pontuar que Canudos deve ter seu espaço. Pois eles trazem consigo questões sobre religião, raça, classes, entre outros. 

VR - Qual a relação da guerra de Canudos com a nossa realidade?
Preletores - A busca do povo que seguiam Antônio Conselheiro por um lugar onde pudessem viver com dignidade com as ações do grupo MST

VR - O que acharam dessa experiência?
Preletores - Gratificante, ao se tratar de esta se relacionando com os participante além de está podendo promover reflexões importantes, entretanto um pouco tensa por saber que estavam ali não só aprendendo um projeto, mas sendo avaliados.



Por: Geisa Dias, Cristielle Sousa, Amanda Trindade, Adilza Braz

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