quarta-feira, 7 de novembro de 2012

RESUMO: Manifesto da Poesia Pau-Brasil


RESUMO



ANDRADE, Oswald de. Manifesto da Poesia Pau-Brasil. In: TELES, Gilberto Mendonça. (Org.). Vanguarda européia e modernismo brasileiro. 11. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1992, p. 326 - 331.



           O Manifesto da Poesia Pau-Brasil foi lançado no Correio da Manhã de São Paulo, em 18 de março de 1924 por Oswald de Andrade. Assim como outros autores, Oswald já presumia em seus escritos o caráter modificador da realidade ao qual suas obras poderiam se prestar. O texto foca a necessidade de criação de uma arte que estivesse mais próxima do povo, com uma linguagem natural que fosse contra a prática culta da vida e que representasse a forma como de fato nos expressamos. Uma arte compatível com o povo brasileiro, com a cultura brasileira, visando assim ver escrito aquilo que de fato fizesse identificar-se com a obra. Uma poesia nacionalista que expressasse nossas raízes primitivas e não a importação de modelos estrangeiros, ou seja, uma arte com jeito dos brasileiros que tenham a “base dupla e presente – a floresta e a escola”. A literatura moderna expõe, principalmente, a união daquilo que é considerado antigo com o entendido como novo, do “ultrapassado” com o moderno. Oswald de Andrade difundiu uma nova concepção diante da literatura brasileira, livre dos modelos pré-existentes, sem nenhuma fórmula pronta, isto é, ver com olhos livres a nossa poesia. O autor cita elementos da cultura brasileira em seu Manifesto, como o carnaval, o sabiá, a hospitalidade de um povo sensual e amoroso, os índios, e como não citar o Pau-Brasil, que intitulou o Manifesto e que foi a primeira riqueza brasileira a ser explorada. Oswald nos apresenta a originalidade nativa, a geração futurista. Já no início do seu Manifesto, nos apresenta o desejo de representar a realidade, “A poesia existe nos fatos”. Oswald de Andrade faz uma crítica relevante aos Brasileiros que renegam o país em que vive, e aos portugueses, que se dizem os “descobridores” de nossa terra. Com o Manifesto, passa-se a obter uma nova visão sobre a sociedade brasileira. Assim, o que havia sido motivo de repressão agora era exaltado. A população brasileira, que anteriormente deveria importar elementos de outra cultura, agora passa a ser vista como exportadora de costumes, crenças e riqueza cultura. Portanto, a obra de Oswald de Andrade apresenta um caráter social que busca uma identidade cultural brasileira, baseada nas misturas entre as tradições e crenças brasileiras.


Por: Sandra Pierre de Almeida



terça-feira, 11 de setembro de 2012

I Seminário de Estudos Comparativos Brasil/Canadá


Acontecerá na UNEB - Campus V, o evento "Raízes do Cristianismo as Manifestações Interculturais Brasil/Canada. Com a coordenação da professora Alice Guimarães Valverde.



INSCRIÇÃO GRATUITA!!!
Local: UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA-DCH-CAMPUS V



Objetivo: Desenvolver estudos e pesquisas comparativos sobre as raízes do cristianismo e suas manifestações desde a sua origem e na contribuição da identidade cultural, histórica e ética na formação do povo brasileiro e canadense visando o estreitamento das relações internacionais e acadêmicas entre as duas nações envolvidas.


Programação:


17 de setembro 

17:00 Credenciamento
19:00 Abertura
20:00 Apresentação do projeto: "As raízes do cristianismo nas manifestações interculturais Brasil/Canadá"
20:30 Apresentação cultural
21:30 Encerramento

18 de setembro

08:00 Mesa Redonda: O diálogo do cristianismo com outras áreas do conhecimento. (O Cristianismo e a Filosofia, O Cristianismo e a Educação e O Cristianismo e a Psicanálise)
09:40 Coffee-Break
10:00 A formação da identidade judaíco-cristã
11:00 Palestra: O cristianismo e a psicopedagogia
12:00 Intervalo
13:30 Sessão de comunicação
14:30 Intervalo
15:00 Palestra: O cristianismo no discurso de Dom Quixote
16:00 Sessão de comunicação
17:00 Cultural com JECUNEB/GRUPO VIDA
18:00 Encerramento e entrega dos certificados

Visite o blog para mais informações: http://rcmibc.blogspot.com.br/


Por: Flaviane Gonçalves Borges

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

"O fantasma da Ópera": Livro e Filme



Em 1910 foi publicado pela primeira vez o livro “Le Fantôme de l'Opéra” (O Fantasma da Ópera) escrito pelo francês Gaston Leroux. Ele escreveu inúmeros livros, mas essa obra prima foi a que o tornou imortal. Essa novela francesa, inspirada da novela Trilby de George du Maurier, foi adaptada várias vezes para o cinema e teatro ao ponto de ser adaptada para o Teatro da Broadway[1], no qual é apresentado desde 1986. O livro foi traduzido para o português brasileiro inúmeras vezes e é considerado uma obra gótica, pois combina romance, horror, ficção, mistério e tragédia.
A história do livro “O fantasma da Ópera” (OFO) narra o triângulo amoroso entre um misterioso fantasma, grande cantor de ópera e compositor, que faz de tudo para cuidar excessivamente de sua aluna de canto e amada, Cristine Daaé. No decorrer do drama Daaé se apaixona por Raoul, um amigo de infância, que luta para ficarem juntos. Daaé, por sua vez, sempre ouviu o pai dizer que quando morresse iria mandar o “Anjo da música” para protegê-la. Daaé ficou órfã. Pouco tempo depois lhe apareceu uma voz masculina, ela logo imaginou que era o anjo da música e durante muito tempo apenas ouvia a voz desse anjo. Mas será que realmente foi um fantasma, ou é apenas uma história imaginária?
O fantasma morava no subterrâneo da Academia e era muito exigente, todo mês queria seu pagamento de 20 mil francos. Ele não aceitava negligências e queria que o camarote de número 5 nunca fosse ocupado, pois era dele. E, com todos os boatos sobre a existência do fantasma, os diretores (Moncharmin e Richard) não cumpriam as exigências que lhes eram feitas por acharem que alguém queria tirar proveito deles. E por eles descumprirem com os pedidos do fantasma, inúmeros fatos temerosos aconteceram no teatro.
Segundo Gaston Leroux, essa história é real e, no decorrer, ele mostra que conseguiu provas da suposta existência de tal criatura, se desprendendo da descrição detalhada do tempo, físico dos personagens, dentre outros fatores, que julgo desnecessário mediante essa magnífica narrativa, e se firma em detalhar a ação. E nesse clima de mistério, Leurox aponta e desvenda desde os fatos simples até os mais extraordinários e ainda faz refletir se o fantasma é merecedor do ódio do leitor ou do amor que o transforma em uma pessoa agradável.
Mesmo não tendo a presença da ópera musicalizada no livro, o leitor se sente agraciado e emocionado com a forma que as palavras são apresentadas e colocadas no texto. A literatura abre espaço para que o leitor imagine, crie e sinta todo o cenário que é apresentado no decorrer da história.
Trazendo teorias para este texto, os signos tratados são literatura e cinema, isso implica a semiótica[2], a qual não se adere apenas ao campo verbal, mas também ao não-verbal, e as múltiplas linguagens, o diálogo entre literatura e outras artes, neste caso, o cinema. Pode-se trabalhar, além disso, com a comparação entre dois textos diferentes, intertextualidade, multimodalidade e intermedialidade.

Os termos multimodalidade e intermedialidade (ou discurso interarte) (...) estão relacionados, basicamente, aos vários modos possíveis semioticamente para produções textuais que ultrapassam os limites do verbal para atingirem outros sistemas semióticos/linguagens. (MARINS, p. 1).

A intertextualidade se mostra presente no livro quando são citados nomes como “Romeu e Julieta”, de Shakespeare, “Don Juan”, “Vênus de Milo” e “Apolo”. Sabe-se que para uma adaptação o autor não precisa ser “fiel” ao texto de partida. A transformação do clássico OFO em filme, teatro e música, exemplifica a ligação entre vários sistemas de signos diferentes, nos quais cada autor que criou a nova obra não seguem os fatores idênticos da obra de partida. É preciso conhecer, então, os textos que fazem parte desse diálogo intermidiático. Vale ressaltar que as adaptações de “O Fantasma da Ópera” não seguem a mesma personalidade do fantasma.
O filme “The Phantom of the Opera” (O fantasma da ópera) foi dirigido por Joeal Schumacher, com roteiro de Andrew Lloyd Wbbere. A história começa em um leilão no teatro chamado “Opera Populaire”, em 1919. Entre os objetos leiloados encontram-se dois objetos da época do fantasma da ópera e a partir daí a história volta para 1870, nos bastidores do teatro, quando os componentes da apresentação estão ensaiando para mais uma atração.
Os novos diretores não obedecem aos comandos do fantasma da ópera (Gerard Butler), o qual se ira e encontra refúgio no amor que sente pela bela Christine Daaé (Emmy Rossum). Ele faz de tudo para defender a sua amada até descobrir que ela ama outro rapaz, o conde Raoul. O fantasma se ira contra Raoul, faz de tudo para separá-los, exigindo o amor da bela mulher e ameaçando-a para que ela aceitasse seu pedido de casamento.
O emocionante final do livro narra que Erik se comove ao perceber que Daaé só aceita se casar com ele para proteger Raoul, quem ela ama. Esse final é contado pelo próprio Erik, o qual vai até a casa do Persa – antigo funcionário do teatro – para dizer que iria morrer por não ter o amor da bela moça. Nesse dia ele conta que o olhar sincero de Daaé foi o estopim para amolecer o seu coração, e então, ele permitiu que ela fosse embora com Raoul, mas antes pediu para que ela voltasse para sepultá-lo com o anel que a entregou em pedido de casamento. Ela aceitou a proposta e saiu com seu amado.
A visita de Erik na casa do Persa tinha o objetivo de que este divulgasse no jornal da época seu falecimento para Christine Daaé saber quando iria procurá-lo. A narrativa do livro encerra assim: “E depois a caleça mergulhou na noite. O Persa tinha visto, pela última vez, o pobre infeliz Erik. / Três semanas mais tarde, o jornal L’Époque publicava este anúncio necrológico: MORREU ERIK”. (LEROUX, 1998, p. 307).
Como adaptação é uma recriação que se desapega da obra de partida e que leva traços de intertextualidade, o final do filme é um dos pontos que afirma a diferença entre as versões. Na apresentação da obra Don Juan Triunfante, escrita e apresentada pelo fantasma da ópera, Christine o humilha ao retirar a sua máscara para que o público visse o seu rosto desfigurado. Após isso, o fantasma indignado a leva para o subterrâneo do teatro, onde a narrativa se desenrola.
Raoul sai a procura de Daaé e do fantasma, quando acha-os começa uma discussão musicada em ópera. Então o fantasma manda a sua amada dizer se iria se casar com ele ou não. A resposta negativa o faria ceifar a vida de Raoul. Christine diz ao fantasma: “- Pobre criatura da escuridão que tipo de vida você conhece? Deus me deu coragem de lhe mostrar que não está sozinho” e o beija. Este ato o comove ao ponto dele permitir a fuga dos jovens. Christine devolve o anel para ele e sai com Raoul. Erik quebra os espelhos do quarto, mostrando-se embravecido, e foge.
A imagem final descreve o que pode ter acontecido com esse triângulo amoroso. Raoul, já idoso, vai até um cemitério e as cenas mostradas, sem falas, faz o espectador perceber que Christine faleceu em 1917 e que o fantasma da ópera continuava vivo, pois mostra uma imagem de uma rosa com o anel que Daaé tinha entregue a ele do lado do túmulo. Então, a cena do livro se inverteu. Pode-se apontar que esse diálogo abre espaço para que o leitor ou espectador aponte se o fantasma deveria seguir a vida sem o amor de Daaé ou falecer por falta desse amor.
Com tudo isso, pode-se ressaltar alguns pontos em comum entre os textos é: a ideia geral da história, o amor de Raoul e do fantasma por Christine Daaé; ambos se passam em Paris, expressam os bastidores teatro como um local obscuro; se aderem da vestimenta e linguagem da época; a nítida presença da ópera e do teatro, valorizando o nome das obras; a chegada dos novos diretores. E alguns pontos que diferem o livro do filme são: o leilão, a presença da ópera como forma de diálogo dos personagens; imagens (algo que no livro o leitor imagina); a desagradável voz de Carlotta; não é demonstrado a proximidade que Giry e o fantasma tinham no livro; a personalidade do fantasma é mais agressiva quando ele fica irado; a falta do personagem que age como o Persa. Ambos os textos são recomendados para o público que se interesse, ou não, por ópera, e por obras clássicas.

Por: Flaviane Gonçalves Borges



REFERÊNCIAS


CLÜVER, Claus. Literatura e sociedade. (pdf). Disponível em: <http://www.dtllc.fflch.usp.br/sites/dtllc.fflch.usp.br/files/LS%202_0.pdf>. Acesso em: 30 de jun. de 2012.

LEROUX, Gaston. O Fantasma da Ópera. São Paulo: Ática, 1998.

MARINS, Líliam Cristina. A circulação multimodal e intermidial do texto literário e sua recepção por alunos de letras. (pdf). Disponível em: <http://alb.com.br/arquivo-morto/edicoes_anteriores/anais17/txtcompletos/sem16/COLE_977.pdf>. Acesso em: 30 de jun. de 2012.

O FANTASMA da ópera. Direção de Joeal Schumacher, roteiro de Andrew Lloyd Wbbere. 2004. 1 Internet (143 min): sonoro. Legendado. Port. Disponível em: < http://www.youtube.com/watch?v=94j3y-9GRvw>. Acesso em: 08 de ago. de 2012.





[1] A mais prestigiosa forma de teatro profissional dos Estados Unidos.
[2] O nome semiótica vem do grego e quer dizer signo (significante e significado). Os maiores expoentes da semiótica foram: Ferdinand de Saussure e Charles S. Pierce.


terça-feira, 13 de março de 2012

A leitura na escola


O hábito da leitura deve ser colocado em prática desde a infância, pois na juventude terá amadurecimento intelectual, é o que afirma a especialista Regina Zilberman em uma entrevista para a revista “Nova Escola”. O leitor é beneficiado com o aperfeiçoamento da fala e da escrita além de adquirir conhecimento mais amplo do mundo e se torna mais consciente e criativo. A leitura na escola é fundamental para que o leitor de um conto ou poema seja o mesmo leitor de textos teóricos, estando, com isso, aptos a lidar com as inúmeras situações de comunicação, como a formal. Mas, o que deveria ser encarado por prazer as crianças e jovens afrontam por achar chato e obrigatório, então cabe ao professor mudar essa realidade.
As palavras estão presentes por todos os lugares e são indispensáveis para a comunicação, logo se percebe que é preciso ler para falar e escrever bem. O Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de Língua Portuguesa alerta que “O domínio da língua, oral e escrita é fundamental para a participação social efetiva, pois é por ela que o homem (...) partilha ou constrói visões de mundo, produz conhecimento.”(1997, p. 15). Porém, sabe-se que a língua varia tanto geograficamente, quanto socialmente e cabe à escola tratar desse assunto como questão educacional. Para Zilberman, o professor de LP deve ter estratégias de ensino que façam os alunos se interessar pela leitura, lhes oferecendo materiais ricos em informações para formar bons leitores.
Imagem disponível em: educador.brasilescola.com
A falta de interesse pelo hábito da leitura da maioria dos jovens lembra a campanha da MTV Brasil que apresentava o logotipo “Desligue a TV e vá ler um livro” durante 15 minutos para incentivar o hábito de leitura da população. Segundo o PCN, “no que se refere ao fracasso escolar, tem sido a questão da leitura e da escrita” (1997, p. 19), com o rápido avanço tecnológico os jovens preferem buscar na internet um resumo de trabalho a ter que pesquisar em livros e tirar suas próprias conclusões. Essa facilidade deixou a leitura para trás, tornando então os vocabulários cada vez mais enfraquecidos. E para isso as escolas devem formar alunos capazes de dominar o vocábulo e produzir textos eficazes para as inúmeras situações, seja em conversa entre amigos ou em uma apresentação em público.

          Portanto, a boa interpretação da leitura forma uma sociedade mais crítica e informada. A leitura desde a infância forma futuros leitores que têm o poder da palavra, aprendem fazer política, promovem, opinam e exigem melhores oportunidades e condições de vida. O acesso às palavras traz liberdade de expressão oral e facial, é a melhor forma de ter o poder da verdade, de argumentar e se expressar devidamente. O crescimento intelectual se dá através da leitura, ler é a porta aberta para o futuro.


Por: Flaviane Gonçalves Borges